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Smart Stadiums: como os estádios inteligentes impactam nas cidades?

Os estádios podem ir além do futebol, tornando-se ativos urbanos para eventos e negócios, impulsionando a economia e evitando que se tornem elefantes brancos na cidade. Tecnologia, inovação e sustentabilidade são essenciais para otimizar seu uso e impacto na cidade. A Ligga Arena, em Curitiba, é um exemplo dessa transformação e sediará o Smart City Expo Curitiba 2025.
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Ligga Arena, nova sede do Smart City Expo Curitiba, Foto: Catalunya Filmes.

Essa semana, no dia 19 de fevereiro, comemoramos o dia do esportista e você já parou para pensar que podemos utilizar os estádios de futebol para outros fins e não apenas para jogos de futebol?

Os estádios de futebol geralmente possuem grande investimento e infraestrutura e podem ser utilizados para proporcionar espaços de qualidade para eventos, festivais e diversas outras funções em prol do cidadão e da cidade.

Com isso, a possibilidade de um maior desenvolvimento econômico e geração de empregos só aumenta com a utilização para diversos fins, transformando os estádios em um bem para a cidade e prevenindo que eles virem grandes elefantes brancos, usamos esse termo quando temos uma construção mal utilizada e disfuncional na cidade.

Durante o Smart City Expo World Congress, assisti a uma palestra no stand da Deloitte que tinha como tema: Smart Stadiums ou Estádios Inteligentes e um dos painelistas, João Copeto, CIO do Benfica, comentou: “muitos estádios estão localizados nos centros das cidades, então eles precisam ser considerados ativos na cidade, também precisam ser indicados como locais que as empresas e todos considerem para realizar seus próprios negócios e eventos, o que beneficiaria também os clubes. Os estádios na Europa e provavelmente no Brasil também estão se movendo nessa direção, não apenas aumentando a tecnologia nos estádios, modernizando essas relações, mas também criando suportes adicionais para a cidade.”

Essa visão é de grande importância quando analisamos que os estádios possuem grande infraestrutura e muitas vezes um lugar privilegiado na cidade, tornando-se essencial que sejam utilizados para além do esporte, justificando todo o investimento feito e evitando que fiquem subutilizados.

A grande chave para isso é a inovação e a transparência no gerenciamento de processos, garantindo que todas as partes envolvidas orquestrem perfeitamente suas operações, antecipando desafios e implementando soluções eficazes. Esse planejamento estratégico não apenas maximiza o potencial dos estádios, mas também assegura que sua utilização seja sustentável e vantajosa para toda a cidade.

Além da gestão eficiente, outro fator essencial é o impacto dos estádios na mobilidade urbana e no meio ambiente. Grandes eventos podem sobrecarregar o trânsito e o transporte público, tornando indispensável a integração com metrôs, ônibus e incentivos a meios alternativos, como bicicletas e deslocamentos a pé. Paralelamente, soluções sustentáveis devem ser adotadas para minimizar impactos ambientais.

Estádios inteligentes incorporam energia renovável, reaproveitamento de água e gestão eficiente de resíduos. Sensores e dispositivos conectados melhoram a operação, otimizando segurança, iluminação e climatização, reduzindo desperdícios e aprimorando a experiência dos visitantes. Dessa forma, os estádios não apenas atendem às necessidades do entretenimento, mas também contribuem para a construção de cidades mais inteligentes e sustentáveis.

A tecnologia também transforma a interação dos torcedores com o estádio, desde aplicativos para ingressos, sistemas de segurança avançados, como câmeras de reconhecimento facial e monitoramento em tempo real, garantem um ambiente mais seguro e organizado.

A Ligga Arena, em Curitiba, casa do time Athletico Paranaense, é um exemplo de estádio que busca ampliar seu uso além do futebol, sediando shows internacionais, eventos corporativos e, em 2025, o Smart City Expo Curitiba.

Com uma infraestrutura moderna, incluindo cobertura retrátil e gramado sintético de alta qualidade, o espaço se torna versátil e eficiente, possui também investimento em sustentabilidade e tecnologia, com captação de água da chuva para reuso e iluminação em LED para reduzir o consumo energético. Consolidando-se como um ativo urbano que beneficia não apenas o clube, mas toda a cidade, se tornando um atrativo para os turistas e para os próprios moradores da cidade que queiram conhecer e interagir com as ações e espaços que a Ligga Arena proporciona.

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Ana Clara Balieiro

Arquiteta e Urbanista com foco em Smart City, sendo facilitadora para a gestão pública com a gestão privada. Parte da equipe de Comunicação, trazendo Conteúdos Técnicos e Relacionamentos Estratégicos do iCities - The Smart Cities Hub. Atuei na equipe de curadoria do Smart City Expo Curitiba, o maior evento de cidades inteligentes das Américas o segundo maior evento do mundo, também pelo iCities - The Smart Cities Hub. Meu trabalho é voltado a implementar cidades com mais qualidade de vida, mais humanas, sensoriais, colaborativas e inovadoras, explorando as técnicas de psicoarquitetura e rapport para transformar as cidades, mantendo suas características e cultura. Tenho experiência no desenvolvimento de projetos arquitetônicos e de interiores, de empreendimentos comerciais e residenciais, os quais foram utilizadas técnicas voltadas para a arquitetura sensorial e de psicoarquitetura, explorando todas as necessidades e características de cada cliente, de forma artesanal, personalizada e única.